O garoto de Cruzeiro do Oeste aos 8 anos já trabalhava na lavoura para ajudar no sustento da família. Corria nas atividades na escola e começou a correr, mais tarde, pelo incentivo do professor de Educação Física. Como trabalhava o dia inteiro na lavoura, o único jeito de treinar era voltar do trabalho para casa correndo ao final do dia. Corria por estradas de chão e por roças, afinal era a "pista" que tinha para isso. Tênis para correr ele também não conhecia. Quando perguntam para Vanderlei qual é o segredo, ele diz que não tem segredo, tem trabalho, planejamento e treino. Vanderlei tinha o desejo de viajar para conhecer lugares (algo difícil para ele de outra forma naquela época) através da corrida. E conheceu. Sua conquista na Maratona dos Jogos Olímpicos de Atenas, foi verdadeiramente inspiradora. A cena do quilômetro 36, quando o Padre Irlandês, atravessa o caminho do atleta, foi um obstáculo da prova. Vanderlei liderava a prova quando isso aconteceu. Mas, como ele mesmo diz, "o filme" que ele tinha na cabeça entrando no estádio de Palatinaico em Atenas, o fez continuar. Vanderlei entrou no estádio em Atenas e foi ovacionado pela multidão. Assim, Vanderlei entrou para a história como o primeiro medalhista em uma maratona olímpica. Outra grande vitória foi na Maratona de Tóquio (1998), com o tempo de 2h08min38s, melhor tempo de um sulamericano em maratonas. A participação na Olimpíada Rio 2016 também ficou marcada na vida do atleta: subir os degraus para acender a pira olímpica foi como lembrar cada etapa de sua vida para chegar até ali. O atleta destaca que sempre olha o lado positivo da vida com o foco na esperança. Gratidão, Vanderlei, pelo exemplo e pela inspiração que és. Obrigada por nos ensinar que o esporte é o caminho para transformar a vida das pessoas. Obrigada por nos mostrar que garotos que correm em lavouras podem correr pelo mundo.
Boas, felizes, lindas e respeitosaa corridas!
Essa é Jeannie Rice. Ela tem 71 anos e é maratonista. A corrida entrou em sua vida aos 35 anos. Na época o objetivo era perder peso e atualmente, Jeannie trabalha para bater seus próprios recordes. Já participou de mais de 1000 provas e coleciona o recorde mundial para sua faixa etária para a Meia Maratona (1:37:07) e para a Maratona (3:24:48). Jeannie estreou em Boston em 1984 e desde então, participou de todas as edições dessa prova. Além disso, Rice afirma que não fica dolorida após suas maratonas e que nunca teve lesões. Para manter essa performance ela destaca que se dedica muitos aos treinos. Corre pela manhã, antes mesmo do sol nascer e diz que assim está pronta para o seu dia. Segue uma alimentação balanceada e treina sua mente com jogos mentais durante os treinos e as provas, tirando o foco daquilo que não tem controle, como o percurso, por exemplo. Destaca a importância da persistência como fator de evolução nos seus treinos e diz que correr é sua vida. Pontua ainda que estabelecer metas é importante para planejar os treinos "As minhas ficam penduradas na geladeira para eu olhar todos os dias". Jeannie tem como propósito inspirar as pessoas de sua idade e as mais jovens a transformarem seus hábitos e sairem do sedentarismo. Sua neta já corre e participa de meia maratona, com o incentivo dela. Como não se motivar com uma avó dessas, não é mesmo? Gratidão, Jeannie, pela inspiração que és para as pessoas. Obrigada por nos mostrar que "idade" é algo relativo. Obrigada por nos ensinar que nunca é tarde para buscar o nosso melhor. Obrigada por nos relembrar que nunca é tarde para realizar sonhos.
Bora escrever suas metas e planejar seus sonhos?
Boas, felizes, lindas e respeitosas corridas!
Quinta-feira merece uma história inspiradora, não é mesmo?
Adriana Aparecida da Silva, não tem fé apenas no nome, tem fé na vida. Uma infância marcada pela dificuldade, trouxe o trabalho como um imperativo para a trajetória dela. Na cidade de Cruzeiro, ela dividia a vida com a família na batalha diária para garantir o essencial. Aos 9 anos de idade já trabalhava como empregada doméstica. Na primeira corrida que participou ganhou como prêmio 50 reais, que viraram um presente maior ainda. Com esse dinheiro, ela levou a mãe ao mercado para fazer uma compra usando o carrinho, realidade até então desconhecida pela família. Nessa mesma corrida ela usou um sapato, o único que tinha para correr.
O esporte trouxe para Adriana inúmeras conquistas: bicampeonato panamericano, com direito a recorde no Pan de Toronto (2h35min40s), inúmeras maratonas vencidas no Brasil e a participação em jogos olímpicos.
Nunca gostou das provas curtas e a maratona, a senhora das distâncias, é a sua prova. É aquela que exige tudo do atleta, que lida com a dor, com a exaustão, com os limites do corpo e da mente. Adriana não é só maratonista, ela é a número 1 no ranking brasileiro dos maratonistas. Assim como na maratona, Adriana lidou com a dor da fome, com a vontade de desistir, com as adversidades da vida. Sua vitória, Adriana, é a nossa vitória.
É a vitória que o esporte pode fazer na vida das pessoas. Gratidão, @adrianamaratona , por nos ensinar que adversidades fortalecem o corpo criam mentes determinadas. Obrigada por nos mostrar que correr 42,195Km é muito mais do que ganhar uma medalha. Obrigada por nos mostrar que o esporte transforma vidas e que a persistência é capaz de construir vencedores com as condições que eles tiverem.
E você, já experimentou a maravilha que é se transformar através do esporte?
Boas, felizes, lindas e respeitosas corridas!